Dados do Trabalho

Título

CERARTITE DIFUSA APOS USO DE POMADA CAPILAR – RELATO DE CASO

Objetivo

O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente que apresentou ceratite difusa aguda após uso de pomada modeladora capilar para tranças, a fim de alertar população, oftalmologistas e entidades fiscalizadoras quanto à fiscalização, prevenção e diagnóstico.

Relato do Caso

Paciente J.S.R, 52 anos, feminino, negra, deu entrada no dia 07/02/2023 no CEOQ em Itapetinga-BA, se queixando de ardência ocular e fotofobia em ambos os olhos há 3 dias, após usar a pomada modeladora capilar Maxi Jumbão. No mesmo dia, após o banho, percebeu surgimento de ardência ocular e hiperemia em conjuntiva bulbar. Após ter acesso a reportagens relatando o mesmo problema com outras mulheres e mediante sintomas, decidiu lavar o cabelo e retirar a pomada. Usou por conta própria pomada Maxiflox D, com melhora parcial. Apresentava no momento do exame: tonometria de 16 mmhg em A.O, acuidade visual no PH: 20/40. À biomicroscopia, apresentava ceratite difusa em ambos os olhos, sem úlceras e sem hiperemia de conjuntivas (imagem 1).

Conclusão

Muitos cosméticos, em especial pomadas modeladoras capilares, possuem derivados de álcool em sua composição, numa concentração que em contato direto ou indireto com os olhos, podem causar desde leve irritação e hiperemia, à cegueira temporária devido ceratite, úlcera ou edemas corneanos. Tendo em vista o perfil étnico e cultural do país, com componente capilar crespo e uso frequente de penteados com tranças, sobretudo no nordeste, fica evidente a necessidade de maior fiscalização por parte das autoridades responsáveis em relação à tais produtos, bem como maior esclarecimento de profissionais de salões, usuários e oftalmologistas, para praticar a prevenção e lidar com as complicações.