Dados do Trabalho

Título

ENCEFALOPATIA HIPOXICO ISQUEMICA NEONATAL COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE GLAUCOMA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de alteração da escavação do nervo óptico mimetizando dano glaucomatoso, destacando a encefalopatia hipóxico isquêmica neonatal (EHIN) como diagnóstico diferencial do glaucoma.

Relato do Caso

Sexo masculino, 31 anos, queixando-se de intolerância ao uso de Latanoprosta, Timolol e Brimonidina. História médica prévia: oxigenoterapia perinatal; déficit no desenvolvimento motor e de aprendizado; cirurgia de estrabismo na infância. Sem história
familiar de glaucoma. Ao exame, acuidade visual corrigida de 20/20 em ambos os olhos (miopia de -7,50 e de -6,50 DE); sem alteração em segmento anterior; gonioscopia grau IV nos 4 quadrantes, pigmentação de 1+, sem sinequias ou neovasos; e pressão intraocular (PIO) de 11 mmHg. À fundoscopia, disco óptico com palidez temporal e escavação papilar de 0,6-0,7 no olho direito (OD) e de 0,4-0,5 no olho esquerdo (OE). Na campimetria apresentava padrão de quadrantopsia nasal inferior em OD e quadrantopsia temporal inferior em OE, com bom padrão de confiabilidade. A tomografia de coerência óptica de papila de OD mostrou redução na camada de fibras nervosas em região temporal superior e regiões nasal superior e temporal superior em OE. Ao analisar propedêutica complementar ao longo de 6 anos, foi evidenciado manutenção do quadro, sem sinais de progressão. Realizada avaliação neurológica e ressonância magnética de encéfalo, corroborando hipótese de EHIN e descartando-se neuropatia óptica glaucomatosa.
Realizado Wash-out de antiglaucomatosos, observando-se no seguimento de 2 anos a manutenção de níveis adequados de PIO e ausência de progressão de neuropatia.

Conclusão

Analisar o contexto clínico global é imprescindível no momento da tomada de decisão terapêutica, visto que o diagnóstico inadequado pode impactar negativamente à saúde ocular e ao bem-estar do paciente.