Dados do Trabalho

Título

LUXAÇAO ESPONTANEA UNILATERAL DE CRISTALINO PARA CAMARA ANTERIOR: UM RELATO DE CASO.

Objetivo

O presente estudo tem como objetivo relatar o caso clínico de um paciente idoso, que apresentou um quadro espontâneo de luxação do cristalino para câmara anterior (CA), a fim de contextualizar as opções de tratamento disponíveis para esse perfil epidemiológico.

Relato do Caso

Paciente V.R.S. 63 anos, comparece ao ambulatório de Oftalmologia do Hospital Santa Luzia em Salvador-BA em 2022, com relatório de outro serviço, com história de luxação do Cristalino para a CA em olho direito (OD) há mais de 20 dias, negou trauma, negou doenças oculares prévias e doenças familiares hereditárias. O paciente referiu dor intensa e hiperemia em OD, estava em uso de Ster 6/6h, Dorzal MT 12/12h e Diamox 250mg 12/12h. À biomicroscopia foi observado em OD hiperemia conjuntival, cristalino em câmara anterior (figura 1), edema de córnea 2+, Acuidade visual(AV) sem percepção luminosa (SPL). Ao olho esquerdo (OE) conjuntiva clara, câmara anterior ampla, córnea translúcida, catarata nuclear 1+, AV 20/80, gonioscopia de OE observou-se ângulo aberto até banda de corpo ciliar (BCC). Nos exames complementares, o mapeamento de retina foi observado em OE meios claros, retina aplicada, escavação de 0,3. Não foi possível realizar o exame no olho direito. Foi realizada uma ultrassonografia (USG) (figura 2) no OD, tendo como impressões o comprimento axial (transpalpebral) de aproximadamente 25mm, não foram identificados ecos posteriores no cristalino. Com relação ao espaço interno apresenta descolamento total da hialóide posterior com presença de eco membranáceo de alta refletividade, pouco móvel, estendendo-se de papila à periferia, 360°, sugestivo de descolamento de retina. Processo hemorrágico prévio, e subhialóide em olho direito. Escavação papilar não evidenciável em ambos os olhos.

Conclusão

Os procedimentos de escolha para o cenário em questão, de forma geral, como a facoemulsificação e a vitrectomia posterior, porém como se tratava de um paciente idoso,DR crônico, SPL, com bom controle álgico, foi admitida uma conduta conservadora, visando o bem estar do paciente.