Dados do Trabalho

Título

NEUROSSIFILIS NA OFTALMOLOGIA: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de neurossífilis diagnosticado após alterações oftalmológicas.

Relato do Caso

Paciente sexo feminino, 55 anos, atendida na urgência oftalmológica com queixa de baixa visual em olho esquerdo (OE), negava queixas em olho direito (OD) ou sintomas sistêmicos. Diabética, hipertensa e referia passado de AVC há 3 meses.
Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual para longe (AVL) em OD de 20/30 e OE de 20/400. Biomicroscopia anterior OD sem alterações. OE apresentando precipitados ceráticos finos em endotélio e reação de câmara anterior 2+. Fundoscopia OD sem alterações; OE com vitreíte 1+, disco óptico (DO) com bordos mal definidos, sem lesões em macula ou periferia. Pressão
Intraocular de 12mmHg em OD e 13mmHg em OE.
Diante do quadro de uveíte associado a borramento de DO com bordos mal delimitados, foi solicitada avaliação de urgência da
neurologia e iniciado corticoide tópico em OE. Realizado punção lombar evidenciando líquido cefalorraquidiano (LCR) de aspecto turvo, Glicose 81 ; Proteínas Totais 97/ células nucleadas 85 / VDRL reagente 1/1; VDRL sérico 1/16; anti-HIV negativo. Institui-se tratamento com Ceftriaxona venosa por 14 dias. A paciente evoluiu com melhora visual progressiva e após 1 mês apresentava AVL em de OD 20/20 em OE de 20/30.

Conclusão

Sifilis ocular pode envolver qualquer estrutura ocular, sendo uveíte posterior e panuveíte comuns, e resultam em diminuição da acuidade visual. A suspeita clínica e a análise do LCR são fundamentais para o diagnostico de neurossífilis. O VRDL no LCR é frequentemente negativo visto ser altamente especifico porém pouco sensível e outras alterações que tornam o diagnóstico compatível com neurossífilis são aumento de celularidade ou aumento de proteínas (>45mg/dL) no LCR. O diagnóstico e tratamento precoce são de grande importância e deve ser realizado acompanhamento do paciente com titulação do VDRL.