Dados do Trabalho


Título

ULCERA DE CORNEA FUNGICA ASSOCIADA A ACANTHAMOEBA: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o caso de possível úlcera de córnea fúngica em associação com Acanthamoeba

Relato do Caso

Paciente 43 anos, masculino, história de trauma com madeira em olho esquerdo há 15 dias evoluindo com lacrimejamento, hiperemia conjuntival e piora progressiva da acuidade visual sem resposta ao uso de moxifloxacino 1/1h, prescrito em serviço externo, quando foi encaminhado para o ambulatório de córnea da Universidade Federal da Bahia. À admissão apresentava acuidade visual de movimentos de mãos em olho esquerdo e à biomicroscopia: hiperemia conjuntival e injeção ciliar 4+, infiltrado em anel 360° com desepitelização central, afinamento corneano em região limbar, opacidade central 2+ que dificultava avaliação de demais estruturas. A câmara anterior aparentava estar formada (Figura 1), havia hipoestesia corneana e à bidigito pressão estava normotenso. A suspeita diagnóstica foi de ceratite infeciosa pós trauma e possibilidade de infecção herpética pelo infiltrado em anel. Coletado material para cultura e iniciado colírio fortificado de cefalotina e gentamicina 1/1h associado a aciclovir 2g/dia e doxiciclina 100mg 12/12h. Paciente evoluiu com piora do quadro clínico com evidencia de placa endotelial e quadro álgico importante. O resultado da cultura foi positivo para fungo Penicilium sp. Iniciado anfotericina B colírio 0,15%. Após ausência de melhora foi realizada lavagem de câmara anterior, injeção intraestromal de anfotercina B e recobrimento conjuntival, porém houve piora do infiltrado sendo optado por transplante penetrante de córnea de urgência e mantidos no pós operatório moxifloxacino e pimaricina sem corticoide. Resultado anatomopatológico demonstrou presença de cistos de Acanthamoeba (Figura 2) direcionando o tratamento com biguanida 1/1h, evoluindo sem novos sinais de infeção.

Conclusão

Em quadro clínico de ceratite refratária ao tratamento medicamentoso, mesmo sem fatores de riscos a ceratite por Acanthamoeba dever ser inclusa no diagnóstico diferencial e avaliação da anatomia patológica pode auxiliar no diagnóstico etiológico.

Área

Córnea

Autores

BEATRIZ KAWASAKI MENESES, MIRELLA LINS MATOS, IAGO MACEDO DE CARVALHO , PATRICIA MARIA FERNANDES MARBACK