Dados do Trabalho


Título

ULCERA DE CORNEA EM PACIENTE POS TRANSPLANTADO: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Descrever a importância do tratamento precoce da úlcera de córnea.

Relato do Caso

Paciente sexo feminino, 75 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica, cursava com quadro de hiperemia, edema palpebral e lacrimejamento em olho esquerdo.
Apresentava história prévia de múltiplas cirurgias oftalmológicas que sucederam-se após descompensação corneana após cirurgia de catarata em ambos os olhos: transplante de córnea em ambos os olhos e re-transplante de córnea em olho esquerdo secundário a rejeição. Por ocasião do exame oftalmológico inicial, cursava com nova rejeição e falência do transplante em olho esquerdo e acuidade visual de conta dedos a 2 metros em olho direito e de conta dedos próximo a face em olho esquerdo. À biomicroscopia do olho esquerdo, evidenciava-se hiperemia conjuntival, ceratite difusa, úlcera medindo 4x4mm de diâmetro, botão de transplante com edema estromal e microcistico e dobras de descemet.
Foi realizada coleta para cultura de raspado corneano no dia seguinte à primeira avaliação e instituiu-se tratamento com moxifloxacino 0,3% de 01/01 hora em olho esquerdo e doxiciclina 100mg via oral de 12/12 horas.
Após 7 dias em uso de antibiótico tópico e oral evoluiu com melhora significativa da úlcera passando a medir 0,4x0,4mm e houve redução da dose do moxifloxacino para 02/02 horas. Transcorridos 4 dias da última consulta, paciente evoluiu com resolução completa da úlcera. Por fim, identificou-se isolamento do Serratis marcescens na cultura.

Conclusão

As úlceras corneanas bacterianas constituem causa relevante de déficit visual, assim, o diagnóstico e tratamento imediatos podem limitar a perda de tecido, minimizar a cicatrização e reduzir a necessidade de tratamento mais invasivo. Nesse caso, foi isolada a bactéria Serratis marcescens que consiste é um bacilo gram negativo, aeróbio, móvel e que cresce em meios enriquecidos como ágar sangue e ágar chocolate. Felizmente costumam apresentar uma boa resposta terapêutica aos aminoglicosideos e fluorquinolonas, corroborando com o sucesso terapêutico apresentado no caso.

Área

Córnea

Autores

MARIA CLARA ANDRADE TELES DA SILVA, POLLYANNA SANTOS SUZART, PRISCILLA HOCHECKER, FERNANDA PEDREIRA MAGALHÃES